hubspot

7 de fev. de 2024

QUERO-QUERO CIÊNCIA. Computação Quântica: Simulação de Passeios Quânticos com Computação de Alto Desempenho Heterogênea

 A computação quântica é uma área de pesquisa promissora que tem o potencial de revolucionar muitos aspectos da ciência e da tecnologia.

É um campo multidisciplinar que promete abrir novas fronteiras no campo da ciência, possibilitando avanços significativos em muitas áreas diferentes e fornecendo novas ferramentas para abordar problemas complexos que desafiam a computação clássica.

A capacidade de simular sistemas quânticos complexos permitirá avanços significativos, por exemplo, na modelagem de reações químicas, descoberta de novos materiais e medicamentos, dentre outros, como potencialmente acelerar o treinamento de modelos de inteligência artificial e melhorar a eficiência de algoritmos de aprendizado de máquina.

No Laboratório Nacional de Computação Científica, o doutorando do Programa de Pós-graduação em Modelagem Computacional, Gustavo Alves Bezerra, orientado pelo pesquisador Renato Portugal, coordenador do Grupo de Pesquisa de Computação Quântica, realiza um estudo denominado Hiperwalk: Simulação de Passeios Quânticos com Computação de Alto Desempenho Heterogênea.

A equipe do Serviço de Comunicação Institucional conversou com o Gustavo Bezerra para conhecer mais o estudo.

Vem com a gente! 

Objetivo e Importância da Pesquisa

O projeto Hiperwalk tem como objetivo facilitar o entendimento e a pesquisa na área de passeios quânticos. Trata-se de uma biblioteca Python que simula passeios quânticos em um computador clássico, delegando os cálculos mais pesados para a biblioteca Neblina. A Neblina, por sua vez, utiliza computação de alto desempenho (HPC), empregando as plataformas ou linguagens de HPC disponíveis no computador, como CUDA ou OpenCL.

O Hiperwalk é direcionado a pesquisadores e alunos de diversas formações, como computação, física e matemática. Ao utilizar o Hiperwalk, os usuários podem simular passeios quânticos focando apenas nos detalhes específicos desses passeios, sem se preocupar com os detalhes de HPC, que geralmente demandam muito tempo e conhecimento especializado.

É fundamental destacar a importância de estudos sobre passeios quânticos, já que qualquer algoritmo quântico pode ser interpretado como um passeio quântico.

Desafios Encontrados no Estudo

Existem dois tipos de desafios principais e contínuos: os desafios relacionados à modelagem de passeios quânticos e os desafios de HPC.

Os desafios de modelagem consistem na descrição dos diversos tipos de passeios quânticos em Python. Essa modelagem deve ser o mais intuitiva possível, tornando o Hiperwalk acessível para os usuários menos familiarizados com a área de computação ou com pouca experiência em programação. Em outras palavras, buscamos garantir que a curva de aprendizagem para a utilização do Hiperwalk seja a menor possível.

Dessa forma, os usuários podem focar mais na teoria de passeios quânticos e menos nos detalhes de implementação do Hiperwalk, podendo obter bons resultados em pouco tempo.

Quanto aos desafios de HPC, buscamos garantir que o Hiperwalk tenha um bom desempenho computacional, comparável ou até superior a outras bibliotecas Python já estabelecidas, independentemente do código ser executado em GPU ou CPU.

Benefícios para a sociedade

Os benefícios para a sociedade só serão percebidos a longo prazo. O benefício imediato é principalmente o aprimoramento da compreensão de passeios quânticos, o que pode gerar novas ideias para o desenvolvimento de novos algoritmos quânticos. Já que, como mencionado anteriormente, qualquer algoritmo quântico pode ser interpretado como um passeio quântico.

Somente num futuro com computadores quânticos mais avançados do que os atuais é que os impactos para a sociedade ficarão mais evidentes. Já que será possível implementar e executar esses novos algoritmos nos computadores quânticos.


No geral, a expectativa é que os algoritmos quânticos sejam mais rápidos que os algoritmos clássicos atuais. Mas teremos que esperar o futuro para ter uma noção mais concreta dos impactos na sociedade.

Para saber mais, acesse a palestra realizado no Seminário PROEX no LNCC: https://www.youtube.com/live/_mf5E0ZY454?si=oF7FWEw8GHUWlmiw

Créditos

Anmily Paula Martins (SECIN-LNCC), Graziele Soares (SECIN-LNCC), Gustavo Alves Bezerra (PPG-LNCC) e Tathiana Tapajóz (SECIN-LNCC)

O Quero-Quero Ciência é um ciclo de entrevistas que faz parte das ações de divulgação científica do LNCC

Curiosidade: O pássaro Quero-Quero , ave da família dos Charadriidae, tem os gramados do campus do LNCC como habitat natural

Serviço de Comunicação Institucional
secin@lncc.br

24 de out. de 2023

Biobancos e biorrepositórios

 

Várias pesquisas envolvendo seres humanos dependem de informações obtidas por meio da coleta e análise de materiais biológicos. Todo e qualquer material coletado pertence ao indivíduo de origem, mas pode ser armazenado e administrado em estruturas adequadas para fins específicos de pesquisa. Isso pressupõe o consentimento prévio, livre e esclarecido, do participante, bem como a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde o material será armazenado.

Tais estruturas são de dois tipos: os biorrepositórios e os biobancos. Eles são responsáveis pelo armazenamento e gerenciamento de amostras de diversos tipos de materiais humanos: tecidos, sangue, material genético, entre outros, de acordo com normas e padrões nacionais e internacionais.

Os biobancos são reservatórios de longa duração, cujos materiais armazenados podem ser utilizados em várias pesquisas, e ficam sob responsabilidade da instituição. Já os biorrepositórios são reservatórios de curta duração, cujos materiais são utilizados em pesquisas específicas, e ficam sob responsabilidade do pesquisador.

Os materiais devem ser utilizados conforme regulamento ou normas técnicas, éticas e operacionais pré-definidas, sob responsabilidade e gerenciamento institucional, sem fins comerciais.


https://portal.fiocruz.br/biobancos-e-biorrepositorios

11 de out. de 2023

Novas espécies de lagartixas escaladoras descobertas em Madagascar


Editores Pensoft

Nomeado devido à sua preferência de habitat, Paroedura manongavato, das palavras malgaxes "manonga" (escalar) e "vato" (rocha), é um especialista em boulder. Parte de sua "área de vida" também é muito conhecida pelos alpinistas por suas enormes cúpulas graníticas. "Sua descrição representa mais um passo no ponto crucial (no jargão da escalada, a seção mais difícil de um problema de boulder) de resolver a taxonomia do grupo P. bastardi recentemente revisado, ao qual pertence a nova espécie, e atingir um total de 25 espécies descritas deste género, todos vivendo exclusivamente em Madagáscar e Comores", afirma C. Piccoli do CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, Portugal. Ela e sua equipe acabaram de publicar um artigo descrevendo a nova lagartixa.


Até agora, esta espécie só foi encontrada na Reserva Anja e Tsaranoro, ambas manchas florestais isoladas no árido planalto centro-sul de Madagáscar. 
Esses locais, a uma distância de ca. 25 km, apresentam uma conformação peculiar, com enormes blocos graníticos próximos a falésias rochosas e rodeados de vegetação. A sobrevivência de P. manongavato, definida como microendêmica por estar restrita a uma faixa de distribuição muito estreita, depende, portanto, da preservação dessas pequenas manchas florestais. Posteriormente, os autores propuseram uma avaliação do seu estado de conservação como Criticamente Ameaçado, categoria designada para espécies ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

A sua história de descoberta é longa, começando durante o verão malgaxe de 2010, quando a primeira evidência de outra espécie de Paroedura foi encontrada em Anja, juntamente com a recentemente descrita P. rennerae em 2021. Distinguir estas duas espécies no campo é uma tarefa difícil. Ambas as espécies têm escamas de quilha alargadas dorsais proeminentes e um padrão dorsal semelhante, embora os adultos de P. manongavato tenham uma aparência geral menos pontiaguda, marcações dorsais menos contrastadas e um tamanho corporal menor em comparação com P. rennerae. A necessidade de recolher mais amostras levou os investigadores A. Crottini, F. Andreone e GM Rosa a regressar a Anja em 2014, e recolher o futuro holótipo (ou seja, o indivíduo de referência com nome e descrição) desta nova espécie. Mais tarde, em 2018, F. Belluardo, J. Lobón-Rovira e M. Rasoazanany, visitou Anja e Tsaranoro novamente e conseguiu coletar diversas amostras de tecidos e fotos de alta resolução dos répteis que vivem na área, incluindo as novas espécies de lagartixas. Esta recolha cumulativa de dados foi fundamental para avançar na sua descrição.

Publicado na revista de acesso aberto ZooKeys , este estudo destaca a importância da realização de inventários herpetológicos em Madagascar para melhorar nossa compreensão da diversidade de espécies e progredir nas avaliações de conservação de espécies. “A descrição desta espécie mostra a importância dos esforços colaborativos na documentação da biodiversidade, especialmente para aquelas espécies de distribuição restrita e isoladas com maior risco de desaparecimento”, salienta o principal autor deste estudo, C. Piccoli.

O trabalho de campo foi financiado pela National Geographic Society (número de bolsa EC–50656R–18 para FB) e por Fundos Nacionais Portugueses através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) (número de bolsa PTDC/BIA-EVL/31254/2017 para AC).

Os Fundos Nacionais Portugueses através da FCT apoiaram o contrato de investigação para AC (2020.00823.CEECIND/CP1601/CT0003) e as bolsas de doutoramento através do Programa Doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução (BIODIV) da CP (SFRH/BD/144342/2019), FB ( PD/BD/128493/2017) e JLR (PD/BD/140808/2018). A JLR é atualmente apoiada pela Fundação BIOPOLIS (contrato BIOPOLIS 2022-18), cofinanciada pelo projeto NORTE-01-0246-FEDER-000063 apoiado pelo Programa Operacional Regional Norte de Portugal (NORTE2020), no âmbito do Acordo de Parceria PORTUGAL 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

24 de dez. de 2022

Feliz Natal

Hoje é dia de agradecer as bênçãos e  as lições que aprendemos. 



Posso falar também  da saudade daqueles que não estão  mais comigo e que  tornavam essa comemoração tão especial. Sem desmerecer quem ainda fazem parte de  meu dia a dia. 

O que nos aquece mesmo o coração é  o  amor diário, a companhia terna de todos presentes no presente 🎁. 

6 de dez. de 2022

China usa querosene para criar um motor a jato que atinge 9 vezes a velocidade do som


Engenheiros chineses afirmam ter criado um motor movido a querosene que pode impulsionar um avião a nove vezes a velocidade do som (Mach 9), ou cerca de 10.735 km/h. 

Segundo os cientistas, ao usar esse combustível barato, essas aeronaves hipersônicas terão um risco menor de explosão do que as aeronaves que utilizam hidrogênio. 

O motor de detonação, que gera impulso por meio de uma série de explosões sucessivas, foi testado em vários experimentos no túnel de choque hipersônico JF-12 dos EUA desde o início de 2022, disse uma equipe de pesquisa liderada por Liu Yunfeng. Engenheiro Sênior, Instituto de Mecânica, Academia Chinesa de Ciências. 

"Os resultados dos testes para motores de detonação hipersônicos usando querosene de aviação não foram divulgados antes”, escreveram eles em seu trabalho de pesquisa, publicado no Journal of Experiments in Fluid Mechanics 



14 de set. de 2022

Uma boa Gargalhada pode salvar sua vida.

 

O riso regular e constante pode ser um fator de manutenção da boa saúde, pois traz muitos benefícios.

Esteja você assistindo a uma comédia ou rindo da piada de um amigo, uma simples risada pode até aliviar o estresse que você está sentindo.

Rir aumenta a oxigenação do corpo, o que estimula o coração, o cérebro, os pulmões e os músculos, mas também aumenta a quantidade de endorfinas, os hormônios que fazem você se sentir feliz, que o cérebro libera.

Benefícios do riso

Rir muito tem ótimos efeitos a curto prazo e, quando você começa a rir, não apenas melhora sua carga mental, mas seu corpo também começa a passar por certas mudanças físicas.

Por exemplo, estimula muitos órgãos devido à inalação de ar com alto teor de oxigênio, que estimula o coração, os pulmões e os músculos e também aumenta a liberação de endorfinas no cérebro.

Outro benefício é que reduz o estresse nas pessoas, rindo, aumentando e diminuindo a frequência cardíaca e a pressão arterial, resultando em uma sensação muito agradável e relaxante.

Por outro lado, manter o riso constante pode ajudar a aliviar a tensão porque estimula a circulação

 sanguínea e relaxa os músculos, o que pode ajudar a reduzir alguns sintomas de estresse físico.

12 de fev. de 2020

Armadilhas



Resultado de imagem para caminho

Quando não se sabe  por onde andar você acaba por levar tombos gigantescos precedidos por rasteiras maiores ainda.

Observação e conhecimento são as melhores armas que se pode ter em tais momentos.Um bom ouvido conselheiro também.

Planejar o caminho, observar possíveis obstáculos e manter em aberto as opções de desvio, são primordiais para uma jornada mais segura, assertiva e frutífera.


9 de fev. de 2020

Doença da MODA

Passeando pelas redes sociais me deparei com uma nova doença; um conceito interessante.

Chama-se  NORMOSE 

É aquele impulso sem ser impulso, quando seguimos os caminhos que outros acham melhor para nós.

Quando permitimos que o mundo decida quem devemos ser, o que vestir, comer e pensar.

Deixamos de ser indivíduos para integrar uma multidão sem rumo próprio.
Acho terrível que criemos filhos para engordar tais fileiras.

O meu já tomou VACINA contra a NORMOSE ao nascer.

E o seu?

5 de fev. de 2020

Quem é você na fila do pão?

Resultado de imagem para pão"

Quem é você na fila do pão?
Aquele que espera impacientemente imaginando o tempo perdido?

Aquele rapaz que está lá de mau humor lamentando os capítulos perdidos da sua série preferida.

A mãe preocupada que deixou os filhos trancados em casa e espera que a fila seja rápida para retornar e as  crianças não tenham percebido sua ausência e não tenham posto fogo na casa.

Quem é você na fila do pão?
Aquele que aproveita o tempo para colocar em dia a leitura de um bom livro.

Aquele que fica horas esperando pelo pãozinho quente e quando chega a sua vez, vê que o pão não está exatamente como queria então retorna para o final da fila na certeza de que a próxima fornada vai ser a ideal.

Quem é você na fila do pão?
Aquele que tem certeza de que nunca vai conseguir um pão branquinho e quentinho, porque afinal de contas a vida nunca é justa com você.

Aquele que conta as moedinhas e fica feliz porque poderá comprar um pão esta noite para levar para casa.

Não importa realmente quem você seja. A realidade é espelho do que você acredita e como pensa ser sua vida. Suas CRENÇAS vão definir quem você será na fila do pão e nas outras tantas filas da vida.


4 de fev. de 2020

Imagine o que pode ser

Não sei como poderia começar uma postagem sem falar a respeito do que nos move. Todos querem ser reconhecidos de alguma forma.
Tanto pelo bem como pelo mal, isso nos move. Caminhamos oscilando entre o bem e o mal entre o positivo e o negativo sempre buscando o reconhecimento de familiares e de estranhos de amigos e inimigos.
Engraçado, ou trágico, que buscamos nossa própria aprovação e reconhecimento muito mais tarde em nossas vidas, quando descobrimos quem paga as suas contas. Não falo de dinheiro, sim de consequências. Tenha certeza de entender qual é o preço que pagará ´por suas decisões.

26 de abr. de 2019

Educação e família

Sou mãe e tenho um filho de 17 anos.

 Procuro cobrar que ele dê o melhor de si nos estudos, 

não cobro as notas altas, 

cobro o empenho e dedicação necessárias.

Pergunto

Você fez o seu melhor?

15 de abr. de 2019

Ninguém PODE




Pensando assim você com certeza não poderá mesmo.

Com pequenas resoluções em seu dia a dia, você pode provar a si mesmo o quanto é capaz.

1 de abr. de 2019

Você terceiriza seus filhos?

Cortella: "Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também".

Para o filósofo Mário Sérgio Cortella, uma das principais referências do país em educação, somos a primeira geração que testemunha mudanças de paradigmas tão velozes. E é natural que os pais se sintam perdidos. Então, afinal, qual o segredo para não ficar ultrapassado na educação dos filhos?
"A novidade não é a mudança no mundo, é a velocidade da mudança." Foi assim que o filósofo Mário Sérgio Cortella, professor há 42 anos, pai e avô, abriu a palestra Novos Tempos, Novos Paradigmas, que aconteceu em São Paulo, no fim de setembro. Diante de uma plateia hipnotizada pelo vozeirão com sotaque sulista e pela naturalidade em tratar temas complexos sem firulas, ele deixou claro que o grande desafio da atualidade é acompanhar as transformações para não ficar para trás. Sim, estamos vivendo um tempo de reviravoltas sem precedentes: na tecnologia, no trabalho, nas relações. Nesse contexto, mudar não é apenas imprescindível, mas inevitável. Principalmente quando se fala em educação. Em entrevista exclusiva à CRESCER, Cortella separa o que é velho do que é antigo, defende que pais podem ser, sim, amigos dos filhos sem perder a autoridade e critica o peso colocado na escola para assumir um papel que é da família.

Como essa mudança tão veloz de paradigmas tem afetado a forma como os pais criam os filhos?
Uma parte das famílias acabou perdendo um pouco a referência dada à velocidade das mudanças e à rarefação do tempo de convivência com as crianças. Isso fez com que muitas acabassem terceirizando o contato com os filhos e delegando à escola aquilo que é originalmente de sua responsabilidade. Só que isso perturba a formação das novas gerações. É claro que criar pessoas dá trabalho e exige esforço. Acontece que, no meio de todas essas mudanças, alguns pais e mães ficam desorientados. Por isso, é necessário que eles encontrem apoio, em livros, revistas, grupos de discussão. Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também.

Ao mesmo tempo que muitas famílias terceirizam os cuidados, há um movimento de mães e pais largando a carreira para se dedicar exclusivamente aos filhos, não?
Claro. Uma das coisas mais importantes na vida é entender que a palavra prioridade não tem "s". Não tem plural. Se você disser: "tenho duas prioridades" é porque não tem nenhuma. Então, deve estabelecer qual é a sua prioridade. Sua prioridade é o convívio familiar? Então dê força a isso. É a sustentação econômica? Vá fundo. Só que, ao escolher, não sofra. É evidente que ninguém precisa abandonar a carreira em função da família, mas é necessário buscar o equilíbrio - da mesma forma como se faz para andar de bicicleta: só há equilíbrio em movimento. Se você parar, desaba. Tenha em mente que haverá momentos em que a família é o foco. Em outros, a carreira. Mas lembre-se de que a vida é mais como maratona do que como uma corrida de 100 metros rasos: você não sai disparado feito um louco. Tem horas que vai mais rápido, outras em que desacelera. O segredo é ir dosando.

Você diz que, em um mundo de mudanças, nem tudo o que é antigo é velho. Como saber o que está ultrapassado na criação dos filhos?
No convívio familiar, uma coisa que é antiga, mas não é velha, é o respeito recíproco. Outra é a capacidade de o adulto saber que a criança é "subordinada" a ele, ou seja, que está sob as suas ordens. O pai não pode se tornar refém de alguém que ele orienta e cria. Agora, uma coisa que é velha e que deve ser descartada é o autoritarismo, a agressão física, o modo de ação que acaba produzindo algum tipo de crueldade. Isso é velho e é necessário, sim, mudar. Na relação de convivência em família é preciso modificar aquilo que é arcaico. O que não dá para perder é a honestidade, a afetividade e a gratidão. Tudo isso vem do passado e tem que continuar.

E como os pais podem construir essa autoridade sem autoritarismo?
O pai e a mãe têm que saber que ele ou ela é a autoridade.  Ao abrir mão disso, há um custo. Quem se subordina a crianças e jovens, e têm sobre eles alguma responsabilidade, está sendo leviano.

Mas você acha que dá para ser amigo dos filhos?
Claro. O que não pode é ser íntimo no sentido de perder a sua autoridade. Eu tenho amizade com os meus alunos, mas isso não retira a autoridade nem a responsabilidade que eu tenho sobre eles como professor. Há uma frase que precisa ser deixada de lado que diz que "o amor aceita tudo". Isso é uma tolice. O amor inteligente, o amor responsável é capaz de negar o que deve ser negado. A frase certa é: "Porque eu te amo é que eu não aceito isso de você". O amor que tudo aceita é leviano, irresponsável.

Atualmente, se joga muita responsabilidade na escola. Qual é o limite entre os deveres dos pais e dos professores na educação das crianças?
É uma coisa estranha: a escola fica quatro ou cinco horas com as crianças, em um dia que tem 24 horas, com 30 alunos juntos. É um estabelecimento que deve ensinar a educação para o trabalho, educação para o trânsito, educação sexual, educação física, artística, religiosa, ecológica e ainda português, matemática, história, geografia e língua estrangeira moderna.
Supor que uma instituição com essa carga de atividade seja capaz de dar conta daquilo que uma mãe ou um pai é que tem que ensinar a um filho ou dois é não entender direito o que está acontecendo. A função da escola é a escolarização: é o ensino, a formação social, a construção de cidadania, a experiência científica e a responsabilidade social. Mas quem faz a educação é a família. A escolarização é apenas uma parte do educar, não é tudo. Já tem personal trainer, personal stylist, agora querem personal father, personal mother. Não dá, é inaceitável.

Por outro lado, os pais interferem demais na escola?
Há uma diferença entre interferir e participar. A escola tem que ser aberta à participação. Quando há uma interferência é sinal de que está mal organizado. O que acontece nas escolas particulares, que são minoria e representam apenas 13% do total, é que muita gente não lida mais com a relação família versus escola como parceria. É mais como se fosse um relacionamento regido pelo Código do Consumidor, como um cliente, como se o ensino fosse o mesmo que a aquisição de um carro. Essa relação é estranha e precisa ser rompida.

A educação de gênero tem gerado repercussão no meio escolar. Como você acha que as escolas devem abordar esse tema?
Uma sociedade que não é capaz de atender à diversidade que a vida coloca é uma sociedade tola. É preciso lembrar que a natureza daquilo que é macho e fêmea está na base biológica, mas o gênero se constrói na convivência social. O macho e a fêmea vêm da biologia. Mas o que define masculino e feminino é aquilo que vai se construindo no dia a dia. Por isso a escola tem que trazer o tema. É claro que não vai incentivar uma discussão que seja precoce para crianças de 8, 9, 10 anos. Mas também não vai fazer com que aquele que é diferente seja entendido como estranho. Aquele que é diferente é apenas diferente, não é estranho. Nessa hora, é tarefa da escola acolher. Se a família não concorda e a escola é privada, mude a criança de escola. Agora, se for uma instituição pública, é um dever constitucional e republicano admitir a diversidade.


Fonte: Revista Crescer

8 de fev. de 2019

Eu não sei se esse Blog é para você.

Exatamente!

Esse blog é para pessoas que querem MAIS.

Mais conhecimento de si mesmo.

Mais emoção nesse encontro.

Mais assertividade

E ... apreciação, amor por si mesmo.

Talvez você não tenha percebido que conversar entre si, tem sido uma das ações menos realizadas pelas pessoas.

E eu fico aqui me perguntando se você é presente
ou vive na beirada das vidas que te cercam.